Aluna da rede pública é aprovada em seis universidades americanas
Tábata Amaral de Pontes, filha de um cobrador de ônibus e uma vendedora de flores, vai poder decidir entre Harvard e outras cinco instituições.

Você vai conhecer a história de uma vencedora, que de tão estudiosa e dedicada vai poder escolher em qual universidade vai estudar nos Estados Unidos.

Ela fez todo o Ensino Fundamental em uma escola pública. O pai, cobrador de ônibus, e a mãe, vendedora de flores, sempre incentivaram Tábata a estudar, mesmo com todas as dificuldades.
E ela ainda demonstrou uma habilidade especial para a matemática. A recompensa chega agora: aprovação nas melhores universidades do Brasil e dos Estados Unidos. Mas, os sonhos da estudante não terminam por aí.

No meio da galera, Tábata Amaral de Pontes parece mais uma estudante. Mas a jovem já tem cacife para ensinar. E quando olha para sua trajetória, ela mal acredita.

Estudante de escola pública, as chances sempre pareciam distantes. Mas o talento da menina para os números chamou a atenção de professores. E as oportunidades começaram a aparecer.

Ela ganhou bolsa de estudos, viajou para vários países, estudou muito. Agora, mais experiente e com bagagem mais pesada, ela se prepara para mais um desafio: estudar nos Estados Unidos, em uma das universidades mais conceituadas do mundo.

Ela faz parte de um grupo seletíssimo. Por ano, cerca de dez alunos conseguem uma vaga nas universidades americanas de primeira linha. Tábata não foi aprovada em uma, mas em seis delas.

“A primeira notícia que eu soube foi de Harvard e eu chorei por duas horas seguidas. Eu perguntei se era verdade, liguei para as pessoas. Mas será que é trote? Eles podem fazer trote, esse tipo de coisa?”, conta a estudante.

Edmilson Motta foi um dos professores que acreditaram na jovem desde o início.

“Todas as características que tornam um bom candidato para uma universidade americana ela tem muito forte. Ela tem um desempenho acadêmico excelente. Várias atividades extracurriculares, um ótimo nível de inglês. Ela conseguiu criar um ambiente na escola de apoio, das pessoas se preocupando para poder escrever boas cartas de recomendação, para poder apoiar ela da melhor maneira possível”, comenta o professor.

A fama de estudiosa acompanha Tábata desde os 13 anos. Em reportagem do Jornal Nacional, em 2007, a então menina mostrava que sabia tirar de letra o que para muita gente é um desafio.

“Não tem o que estudar em matemática, porque é mais pensar na hora, raciocinar na hora”, disse ela.

Tábata já foi para a China, Polônia e Turquia sem pagar nada, graças ao seu próprio esforço. Ela fez parte da equipe brasileira que participou de Olimpíadas Mundiais de Astronomia e Química. Agora se prepara para conhecer mais um país, que vai ser sua casa pelos próximos quatro anos.

A jovem nem foi e já tem planos sobre o que fará na volta.

“Quando eu chegar aqui, criar um centro de pesquisa em astrofísica e trazer pesquisadores da China, da Índia, do mundo inteiro para crescer esse centro como, de uma forma cultural mesmo. E que esse centro de pesquisa tenha obrigação de trabalhar com alunos da rede pública no Brasil inteiro. Então, que ele não só cresça a pesquisa do nosso país, mas também cuide da área educacional”, declara.

Tábata deve viajar para os Estados Unidos ainda esta semana, para conhecer as seis universidades em que foi aprovada e decidir em qual vai estudar.

Se quiser, ela pode continuar por aqui mesmo, onde já cursa física, na USP. A Tábata também criou um projeto para preparar estudantes de escolas públicas para olimpíadas de física, matemática, química. Ela dá aulas como voluntária em uma escola pública.

Fonte:
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/04/aluna-da-rede-publica-e-aprovada-em-seis-universidades-americanas.html