Distribuição de remédio na África usa rota de negócio

Cadeia de fornecedores da Coca-Cola tem alcançado vilas remotas na Zâmbia e viabilizado acesso a remédios.
Mulheres em áreas rurais do mundo em desenvolvimento frequentemente têm que caminhar o dia todo para chegar a uma clínica de saúde e obter os pacotes de reidratação oral necessários para tratar a diarreia de seus filhos, uma das principais causas de morte para crianças com menos de cinco anos.

Mulheres em áreas rurais do mundo em desenvolvimento frequentemente têm que caminhar o dia todo para chegar a uma clínica de saúde e obter os pacotes de reidratação oral necessários para tratar a diarreia de seus filhos, uma das principais causas de morte para crianças com menos de cinco anos.

Quando chegam lá, porém, os remédios frequentemente já acabaram. A solução é levar os pacotes para mais perto das vilas vizinhas, um desafio logístico para distribuir um refrigerante mundialmente famoso. “Você encontrará Coca-Cola em qualquer vila, a qualquer momento do ano, mas não encontrará remédios. Qual é a diferença? Existe algo a ser aprendido aqui”, declara Joseph Kasonde, ministro da saúde da Zâmbia.

O documentário indie de Claire Ward – The Cola Road [NT: ‘A estrada da Cola’, literalmente] – segue essa curva de aprendizado quando uma inovadora ONG pega carona na rede de fornecimento da Coca-Cola na Zâmbia para distribuir pacotes de reidratação oral. Ex-editora da Maclean, Ward fez o filme para seu projeto de mestrado em jornalismo na New York University, valendo-se principalmente de financiamento coletivo [NT: Ou ‘crowdsourcing’, nesse caso].

O filme destaca o trabalho de Simon e Jane Berry, que dirigem a ColaLife, enquanto verificam se um kit plástico contendo zinco e os sais usados para combater a desidratação em bebês e crianças atingidas pela diarreia seriam aceitos pela engarrafadora nacional da Coca-Cola, a South African Breweries, e também por atacadistas, pequenos comerciantes ruais, e principalmente pelos pais de crianças doentes vivendo em províncias distantes.

O kit, vendido por um dólar (5000 kwacha), cabe confortavelmente no gargalo das garrafas de coca-cola alojadas nos conhecidos caixotes plásticos vermelhos, entregues por burros, carros de boi, bicicletas, e também por caminhões e ônibus. (“Pense fora da caixa e dentro do caixote”, como propõe o pôster promocional do filme).

Pequenas lojas de vilas, que sempre têm estoques de Coca-Cola, começaram a receber Kits Yamoyo (kits de vida) de reidratação – e, não, a Coca-Cola não é um fluído de reidratação particularmente bom, apesar da crença popular. Milhares dos kits já foram vendidos em distritos rurais da Zâmbia e o Ministério da Saúde, aponta o filme, agora tem planos de usar a mesma rede de fornecimento para distribuir outros tipos de medicamentos. A renda dos lojistas fornece um incentivo para manter os kits nas prateleiras.

Simon Berry planejou usar a rede de fornecimento da Coca para distribuir remédios por mais de 20 anos, e agora a ideia está ‘pegando’. Dean Kamen, o desenvolvedor do Segway e inventor serial, observa no volume de 29 de abril da Fortune que ele convenceu a Coca-Cola a se tornar sua parceira na distribuição do Slingshot, um dispositivo que usa energia mínima para purificar água. Ele poderia se tornar um complemento ideal para um Kit Yamoyo, que requer um suprimento de água limpa para deixar um bebê saudável de novo.

Aqui está um trailer do filme, em inglês, e um vídeo que contém algumas cenas do documentário:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ZGjdtU-XJyk

Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/fornecedores_de_empresa_levam_medicamentos_a_remotas_vilas_africanas.html